segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Pico Paraná – de 17 a 21 de abril de 2014


Um saudoso cantador e poeta uma vez entoou: “mesmo se eu cantasse todas as canções do mundo, sou bicho do mato”. Em se tratando de um país tão extenso quanto o nosso, onde dimensões são continentais e deslocamentos entre uma origem e um destino podem perdurar por semanas, um viajante pode ter, sem pestanejar, a frase supracitada como um de seus dogmas, isso se usarmos um naco de paráfrase: “mesmo se eu conhecesse todos os lugares do Brasil, sou ainda um bicho do mato”. “Bicho do mato” entende-se aqui não como um sujeito intelectualmente ignorante ou desprovido de inteligência, mas sim uma pessoa que domina uma parte do mundo que não vai além de alguns metros das cercanias de sua comunidade, essa ínfima, por assim dizer. Então, podemos vagar por quilômetros e anos a fio por essa imensa nação e nunca chegarmos a realmente conhecê-la. O que todos os viajantes brasileiros tentam, com curtas e longas viagens pelo seu próprio país, seja de moto seja a pé, é abrandar essa ignorância, sendo presenteado com a noção de que culturas, cenários, flora e fauna são diferentes em cada confim desse grande território. O viajante brasileiro não é completo, mas busca sua completude, e sabe, acima de tudo, que as ruas circunvizinhas a sua residência não têm uma resposta convincente para a sua maior dúvida: qual é o sentido da vida?
Matriz de Quatro Barras
O ponto culminante da região sul do Brasil é o Pico Paraná. Esse dado, por si só, já é um grande fomentador de uma viagem. A dificuldade e a distância da caminhada até seu cume é um outro chamariz. Está situado no litoral do meu querido Estado do Paraná, distante do planalto interiorano que viu minha família materna se proliferar e debandar, nos anos de 1970, para o interior paulista, em busca de melhores condições econômicas. Nesse fim de semana prolongado, contudo, o êxodo se invertia, e Luana Romero e eu partíamos para o não muito distante “rio” (significado de Paraná na exinta língua geral) com o intuito de vencer um dos muitos desafios que essa terra alta e fértil oferece. Partimos de Americana, então, logo cedo, na manhã do dia 17, para termos tempo hábil de chegar às imediações de Curitiba. Embora sejam apenas 500km, em tempos de feriado prolongado as estradas que desembocam na capital congestionam e uma viagem de poucas horas pode virar uma odisseia. Felizmente não foi o caso e incontinenti passamos por Sorocaba, Votorantim e Juquiá. Nessa última adentramos a maior rodovia nacional, a BR-116, nesse trecho chamada de Régis Bittencourt. Entrecortamos o Parque Estadual de Jacupiranga, importante área preservada no chamado Vale do Ribeira, e adentramos o Estado do Paraná. Passando sobre a Represa de Capivari, paramos no pequeno município de Quatro Barras, grudado à grande Curitiba. Lá esperaríamos por Rodrigo Gil e outros amigos de Americana que, infelizmente, não chegariam no mesmo dia. Esses outros, por um problema ou dois, sequer chegariam.


Fim de tarde em Quatro Barras

Caminho do Itupava
Avisados de que estaríamos sozinhos no segundo dia, acabei convencendo Luana a postergar nossa subida ao Pico Paraná por 24 horas. Queria eu finalizar o Caminho do Itupava, trilha aberta por indígenas e mineradores, no século XVII, para facilitar o transporte de mantimentos e mercadorias entre a planície litorânea e o primeiro planalto. Logicamente a coroa portuguesa, nos anos em que dominou a mão de ferro esse país, apossou-se dessa cicatriz de quase 20km na mata atlântica preservada paranaense, chegando inclusive a regulamentar a passagem de tropas de bois com a cobrança de pedágios, naquela época chamados de registros, uma tradição que infelizmente se mantém até hoje na cultura rodoviária brasileira. Críticas à parte, deixamos o centro urbano de Quatro Barras e nos dirigimos a Borda do Campo, um de seus distritos. Lá se encontra um dos postos do IAP (Instituto Ambiental Paranaense), que coordena as perambulações pelo caminho colonial. Lá deixamos a moto e seguimos a pé serra abaixo, sentido contrário ao que Rodrigo Gil e eu palmilháramos dois anos antes (link). Naquela oportunidade percorrêramos a metade de baixo, e desta feita Luana e eu concluiríamos com a metade de cima. E como quem caminha pelas picadas entre a mata fechada sempre se depara com uma surpresa, a poucos metros do posto encontramos a primeira: uma cachoeira de 15 metros com a mais pura água gélida proveniente dos pontos culminantes da Serra da Baitaca (morada do diabo, em tupi). Caminhando mais um pouco, registramos espécimes de invertebrados, como o gafanhoto-soldado e a aranha-caranguejeira, e da avifauna, como o piolinho e o truculento, embora diminuto, pichororó. Vale frisar que estávamos a mais de 1000 metros de altitude.

Cachoeira

Caranguejeira

Gafanhoto-soldado

Calçamento colonial
Prosseguindo em direção ao litoral avistamos o morro Pão de Loh, ao sul. Bem que gostaríamos de acessar a trilha que leva aos seus píncaros, mas a mesma se encontrava interditada, talvez devido à vegetação que cedera com as chuvas dos dias anteriores e recobrira alguns trechos. Desse ponto em diante os declives e aclives se tornam mais desafiadores devido ao fato de nos aproximarmos de um ponto entre o aglomerado de montanhas do Marumbi e da Graciosa, ambas integrantes de uma ilustre cordilheira conhecida como Serra do Mar. O calçamento pé-de-moleque, feito de pedras irregulares extraídas das próprias cercanias, principalmente do leito de riachos, começa a ser uma grata companhia. Sem ele seria uma tarefa mais demorada caminhar Itupava abaixo, já que muitos pontos são pantanosos. A umidade, que torna a progressão escorregadia e ardilosa, por outro lado permite uma proliferação de plantas muito bem adaptadas à mata atlântica. É o caso de inúmeras espécies de bromélias, que tudo aproveitam como base para sua existência, inclusive o caule de grande árvores que despencam, muitas vezes atravancando a via. O sol, nas áreas mais fechadas, penetra timidamente em estreitos fachos. Com todo esse cenário nos derredoreando fomos nos aproximando da Casa do Ipiranga, moradia do engenheiro-chefe da linha férrea Curitiba-Paranaguá e que posteriormente, devido a sua privatização, foi abandonada, depredada por vândalos e totalmente desfigurada. É uma cena lamentável de se ver e um desrespeito a uma obra de 1885, já secular, portanto. Alguns caminhantes a utilizam como área de camping.

Bromélia

Casa do Ipiranga

Estrada de ferro Curitiba-Morretes

Roda d'água
Trilhos de ferro passam a poucos metros da escadaria de acesso à porta principal da Casa do Ipiranga. Embora o mato esteja alto, não é difícil visualizá-la. Hoje essa linha não vai até Paranaguá, como antigamente, mas apenas até Morretes. As passagens são compradas em Curitiba e o trem recebe a chancela de “turístico”, o que incrementa seu preço e diminui a acessibilidade de pessoas de baixa renda. É uma pena que tenham sucateado praticamente todas as ferrovias do Brasil e, algumas das poucas que restam, tenham esse fim elitista. Com todas essas instrospecções, mas sem me esquecer de aproveitar os últimos metros do Caminho do Itupava, descemos para o sul beiradeando os trilhos até uma outra escadaria que dá acesso ao rio Ipiranga, o qual já havíamos atravessado, sobre uma ponte de madeira, poucos metros antes da Casa do Ipiranga. Nessa parte de seu curso funcionou uma pequena usina hidrelétrica que tinha justamente a única função de prover energia à morada do engenheiro-chefe. Hoje se encontra desativada, mas algumas peças de sua estrutura ainda resistem ao tempo e à umidade, como uma roda d'água e uma estreita ponte de ferro sobre o rio. Duas portentosas cachoeiras despejam muita água e formam grandes poços com o cumprimento das altas altitudes da Serra do Mar. Após elas o rio segue manso em seu leito pedregoso, revelando ao fundo o topo de um dos montes da Serra da Graciosa. Essa foi nossa última visão do Caminho do Itupava, pois chegáramos à metade de seu percurso total. Voltamos, estafados, para a base do IASP, em Borda do Campo, totalizando aproximadamente 15km de caminhada com grandes desníveis. Como informação adicional, friso que o caminho completo tem 17km de extensão.

Cachoeira do rio Ipiranga

Rio Ipiranga com a Serra da Graciosa ao fundo

Estafante caminhada

Fazenda Pico Paraná
Ainda no dia 18 fomos contatados por Rodrigo Gil. Viria de Campinas e nos encontraria no começo da noite no portal de Quatro Barras. Aguardamos e o recepcionamos no local combinado. Os três, reunidos, chegaram ao consenso de que deveríam se aproximar o máximo possível, nesse fim de dia, da Fazenda Pico Paraná, de onde se inicia a trilha a pé rumo ao Pico Paraná, nosso escopo. Incontinenti tentamos a sorte em Campina Grande do Sul, mas por lá não encontramos local para pernoitar. Seguimos adiante pela BR-116, sentido São Paulo, e encontramos um pequeno povoado a poucos metros da estrada de terra que nos levaria à propriedade pretendida. Repousamos e, no dia 19, com a bruma da madrugada da Serra do Mar nos envolvendo, adentramos a via rural. Bordejamos o pequeno rio Tucum por aproximadamente 5km e cruzamos o portão da Fazenda Pico Paraná. Fomos atendidos pelo proprietário que prontamente nos deu valiosas informações sobre a faina que principiaríamos, agora a pé, sem a ajuda do motor de nossas motocicletas, que por uma quantia de R$10 cada seriam deixadas na propriedade. Pegamos somente o necessário (alimentos, barracas, sacos de dormir, câmeras e reservatórios de água), alocamos em nossas mochilas e partimos sobre nossos calcanhares. Estávamos a pouco mais de 900m de altitude, diga-se de passagem. Aguardava-nos adiante um desnível de quase 1000m distribuídos em aproximadamente 8km de caminhada.
Vista da Pedra do Grito
A trilha a partir da Fazenda ascende pela Serra do Mar sentido sudeste, primeiro entre um bosque semicerrado, mas já bem úmido, e que pouco depois vai se fechando em samambaias silvestres e rochas graníticas de médio porte, mas sempre transitável. O trecho até a Pedra do Grito, a primogênita de muitas paradas, foi íngreme e sinuoso, mas a vista de seu topo recompensou-nos: a porção oeste da Serra do Mar (chamada nessa porção de Serra dos Órgãos pelo IBGE) gradativamente se elevando (ou se rebaixando, dependendo do ponto de vista), contrastando a escuridão verde de sua mata atlântica praticamente intocada com o céu reluzente da manhã paranaense, além da presença marcante, a noroeste, da Represa de Capivari, inundada com as águas do rio Capivari desde 1971. O interessante desse reservatório é que suas águas não são aproveitadas ali, à beira da BR-116, mas sim pela Usina Hidrelétrica Governador Pedro Viriato Parigot no município de Antonina, mais precisamente no povoado de Cachoeira de Cima, próximo ao litoral. Isso só é possível porque existe um aqueduto subterrâneo de 15km que separam esses dois locais passando por debaixo da Serra do Ibitiraquire, onde se encontra o Pico Paraná. É a maior obra desse segmento do Brasil. Do outro lado do reservatório, a oeste, eleva-se a grande Serra de Paranapiacaba, cadeia de montes onde nasce um dos lugares mais interessantes do país e queridos por mim: o Vale do Ribeira. Com tanta água no horizonte contraditoriamente a de nossos cantis se esgotava à medida que nos aproximávamos da Pedra do Getúlio (ou Morro do Getúlio), segundo ponto de parada. Nele já passáramos da casa dos 1100 metros de altitude. Andáramos, até então, 2,5km. A sudeste avistávamos os cumes do Caratuva e do Itapiroca, ambos de altitude pouco inferior ao grande irmão Pico Paraná. Foi a partir daí que a vegetação se adensou e a progressão foi fortemente refreada pelos desníveis abruptos e pelas grandes árvores derruídas pelas chuvas que atravancavam a trilha.
Represa de Capivari vista da Pedra do Grito
Picos do Caratuva e Itapiroca

Vista da Pedra do Getúlio

Nuvens na Serra do Ibitiraquire
Andar por altitudes maiores teve vantagens e desvantagens: pontos de coleta de água a cada 500m foi uma vantagem. Desciam de riachos nascidos nos píncaros da Serra do Ibitiraquire. Tudo tem um preço, obviamente. A trilha ficou mais escorregadia; as raízes das árvores, sobressaltadas, proporcionavam tropeços esporádicos, principalmente quando caminhávamos ininterruptas centenas de metros e os retos femorais já não flexionavam nossos quadris com a mesma eficiência. Há duas outras trilhas, bem sinalizadas, que se ramificam dessa principal em que estávamos, uma subindo para o Caratuva e outra para o Itapiroca. Caso tivéssemos alguma aresta no dia seguinte, tentaríamos a sorte em ambos. Seguimos, portanto, e vagarosamente chegamos a uma clareira onde os que não encaram a caminhada de 8km no mesmo dia acampam. É o chamado Acampamento 1. Apesar de estarmos em um ambiente aberto, a neblina tudo envolvia, impedindo que a visão desfrutasse do mirante natural. Achamos prudente descansar um pouco e, felizmente, as nuvens, por apenas um minuto, se esvaneceram, e pudemos vislumbrar e registrar pela primeira vez o Pico Paraná, um monte de granito e gnaisse de áspera textura, cinzento e avermelhado ao mesmo tempo, particionado em pelo menos 4 cumes de topos arredondados, como o fole aberto de uma sanfona. O terceiro, sentido norte-sul, é o culminante, o mais alto da região sul do Brasil.


Pico Paraná

Escalada
Do Acampamento 1 em diante pode-se dividir a trilha em duas partes: a primeira uma brusca descida; a segunda uma ascendência brutal com direito a trechos de curta escalada. Felizmente há, encravados nas áreas mais verticais, vários degraus férreos. Subir por eles é um verdadeiro exercício de coragem. Olhar para baixo ou para cima é desencorajador. Acompanhar o trabalho das próprias mãos mais ainda, já que é corriqueiro que próximo a elas estejam de passagem grandes e malcheirosas lacraias. Um escorpião-negro também foi flagrado, e por sorte o vimos a tempo de não esmagá-lo e, em contrapartida, sermos aferroados, o que poderia siginificar o encerramento prematuro de nossa aventura. Depois de todos esses obstáculos alcançamos o chamado Acampamento 2, nas proximidades da Casa de Pedra, um antigo abrigo de escaladores, hoje em ruínas. Ali, com o relógio passando das 14h, montamos nossas barracas e nos livramos do excesso de peso. Faríamos o “ataque”, chegando ao cume do Pico Paraná e retornando para pernoitar no acampamento. A essa altura, porém, sabíamos que não desfrutaríamos da vista privilegiada do ponto culminante do Paraná e da região sul do Brasil, já que a névoa novamente se adensara e a visibilidade não passava dos cem metros. Mas, como estávamos ali, juntamos o resto de nossas energias para vencer mais 100 metros de desnível distribuídos pelos 800 metros restantes. No meio do caminho, talvez por acharem infrutífera a subida, Rodrigo e Luana desistiram da empreitada. Fui sozinho, portanto, até os 1870m de altitude do Pico Paraná. Os registros oficiais, que se valem de instrumentos de medição mais precisos, apontam 1877m. Obviamente eu nada via a minha frente senão uma grande e acinzentada massa de vapores. Se não pude me maravilhar com vista alguma, pelo menos um objetivo pessoal fora alcançado. E como que a coroar toda essa minha galhardia, eis que a citada massa de vapores se desfez em chuva. Fui pego enquanto voltava ao Acampamento 2 e me reunia, no meio do caminho, a Rodrigo e Luana. A noite também caiu, para piorar a situação, e com uma lanterna à manivela de Rodrigo conseguimos, completamente encharcados, chegar a nossas barracas. A chuva continuaria até a manhã do dia seguinte.

Ruínas da Casa de Pedra

Vista do Acampamento 2

Últimos metros

Adeus, Pico Paraná
Não me deixei abater pelo cenário nebuloso que encontrei ao deixar a barraca ao amanhecer. Tudo permanecia cinza, mas felizmente não chovia. Embora a intenção fosse registrar a Baía de Antonina e boa parte do litoral norte do Paraná do ponto mais privilegiado do Estado, a impossibilidade me lembrou que os desígnios da natureza são alheios às nossas vontades. Foi uma grande honra estar ali por alguns momentos. Sem a luz direta do sol e sem esperanças de que o tempo se abrisse, levantamos acampamento, juntamos nossas tralhas e nos recolocamos no caminho de volta à fazenda Pico Paraná. Enfrentamos todos os perigos novamente, avançando mais vagarosamente do que na ida, visto que Luana, em um dos abissais barrancos em meio à mata atlântica, torcera o joelho e reclamava de lancinante dor. O ponto alto do regresso, além da sempre deslumbrante – e parcial – vista da Serra de Ibitiraquire (Serra Verde, em tupi), foi o reencontro com Erlon Junior, motociclista de São Paulo e companheiro de Pantanal Sul (link da viagem) que também caminhava por aquelas bandas. Após 7 horas de caminhada reavíamos nossas motos na fazenda e, sobre elas, praticamente exauridos de nossas forças, retornamos a BR-116, onde pernoitamos à beira da estrada. Certamente esse é um local ao qual regressarei em breve, já que existem, além do Pico Paraná, outros cumes acessíveis por trilhas na mesma serra. As possibilidades ali são muitas.
Parque Estadual Carlos Botelho
No dia 21, com os níveis de glicogênio muscular praticamente repostos, caímos no fluxo ininterrupto da BR-116, sentido São Paulo, já no trajeto de volta para casa. Em Registro, Estado de São Paulo, subimos para noroeste pela SP-139, passando por Sete Barras e chegando à portaria sul do Parque Carlos Botelho, uma área pertencente ao Parque Estadual Intervales. Ascenderíamos até São Miguel Arcanjo por uma estrada de chão de 30km, cortando um local conhecido como Serra da Macaca. Infelizmente nossa passagem foi barrada pelo guarda do parque pois, segundo ele, toda a estrada está sendo calçada. Com mais um revés no histórico dessa viagem, voltamos a Sete Barras e subimos a Juquiá pela SP-165. Aí foi só vencer a Serra de Paranapiacaba pelo caminho inverso ao do primeiro dia. Apeamos pela última vez em Votorantim, onde nos despedimos de Rodrigo, que seguiu para Campinas. Luana e eu chegaríamos a Americana no começo da noite, finalizando uma aventura que dessa vez não foi um desafio ao nosso lado motocilista, mas sim ao lado andejo, como diz minha velha avó. Foram percorridos, no total, 1100km sobre duas rodas e 30km a pé.
Por água, por ar e por terra a vida se perpetua. Não a nossa vida, finita e errante, mas a do mundo, infinita e carregada de sentidos. Trilhando novos caminhos auguramos nos assemelhar a este mundo, tornando-nos tão históricos quanto o planeta que habitamos. Mera utopia, mas ainda um viés digno a se seguir. Quem não faz história, refém se faz das circunstâncias, e no limiar da vida acaba se culpando por não ter pelo menos tentando entender os rumos tomados por este nosso imenso globo que, um dia, nos aceitou como inquilinos, mesmo tendo plena consciência de todos os nossos problemas em viver em paz.


Mais fotos aqui.


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Estou com um dedo quebrado e impossibilitado de tocar violão por um tempo. Abaixo, portanto, reedito um blues composto em 2012 para a primeira parte do Caminho do Itupava.